Publicado por Redação em Notícia - 06/06/2023 às 09:15:11
Um Novo Êxodo
O segundo artigo dos 25 Artigos de Religião do Metodismo fala da encarnação de Jesus, sua natureza, sua morte e sacrifício para nos reconciliar com o Pai e apagar nossos pecados.
Há pouco celebramos a Páscoa, um tempo para reafirmar nossa fé na encarnação, morte e ressurreição de Jesus. Como sabemos, a Páscoa cristã é uma releitura de um evento fundante na história de Israel. No Egito, Deus libertou Seu povo das mãos do Faraó (Êxodo 1 - 15). Agora, por meio de Jesus, Ele nos liberta de uma outra escravidão. Essa ressignificação suscita algumas perguntas: de que escravidão Ele nos liberta e como isso acontece? O que ocorre quando alguém se torna livre?
Não é necessário muito esforço para perceber que nosso mundo não funciona como deveria. Na perspectiva bíblica, apesar de tudo ter sido criado por Deus, nosso mundo é regido por uma força maligna, o Diabo. Isso aconteceu quando os primeiros seres humanos, tentados, cogitaram a possibilidade de ser como Deus, “conhecedores do bem e do mal” (Gênesis 3.5). Dessa forma, a decisão pela independência do Criador colocou a humanidade numa condição de morte (Gênesis 2.17; 3.23; Hebreus 2.14) e, consequentemente, trouxe caos ao mundo (Gênesis 4 - 11).
Nisso transparece o sentido da obra de Jesus. Nessa condição, desconectados(as) de Deus, nada poderia ser feito. Estávamos sepultados(as) em nossos pecados. Por isso, Ele se tornou carne e sangue e veio ao nosso encontro (João 1.14; Hebreus 2.14). Mas, por que Jesus precisou morrer? Sem dúvida, a morte, a separação definitiva de Deus, é o maior dano que um ser humano pode sofrer. Justamente esse poder estava nas mãos do Diabo e, por isso, éramos escravos(as). Jesus, então, por meio de Sua própria morte, encarou a arma mais poderosa do inferno e a destruiu (Hebreus 2.14-15).
Ao se levantar dos mortos, Jesus se tornou o primeiro de uma “nova criação”. Semelhante aos antigos, o Cristo nos conduz para fora da escravidão, nos introduzindo com Ele num mundo novo, onde a morte não terá a última palavra. Devemos, então, testemunhar destemidamente esse Reino que vem. Afinal, qualquer dano que, porventura, sofrermos nessa jornada, Ele reparará “naquele dia” (Apocalipse 21.4). Por isso, peregrinemos, com coragem, em direção à vida!
Rev. Felipe Bagli
Pastor da Igreja Metodista de Santa Luzia (4ª RE)