Publicado por José Geraldo Magalhães em Direitos Humanos - 13/03/2020 às 08:47:38
Pronunciamento do Colégio Episcopal acerca do novo Coronavírus
Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma. (3 João 1.2)
Prezados irmãos e irmãs,
Dirigimo-nos à toda a Igreja nesses tempos turbulentos em que todos os dias nos chegam novas notícias alarmantes acerca do novo Coronavírus. Nossa intenção, além de orientar, é despertar-nos a todos e todas para as ações que podemos tomar com fins preventivos, bem como mobilizar-nos em oração pela bênção de Deus e sua proteção sobre todas as pessoas, especialmente as menos favorecidas e mais vulneráveis de nossas populações mundiais.
Do mesmo modo, que nos coloquemos em intercessão pelos/as profissionais da medicina e da ciência, em todo o mundo, envolvidos na pesquisa para encontrar a cura para esta e outras calamidades que dizimam muitas vidas anualmente.
Preste bastante atenção à sua saúde. Você é responsável não apenas por si mesmo, mas como parte do corpo, o que você faz afeta toda a comunidade. Se apresentar sintomas semelhantes à gripe e dificuldades respiratórias, evite locais públicos, reuniões da igreja ou aglomerações de pessoas.
A maioria das pessoas contaminada pelo vírus terá os sintomas de um resfriado comum. Como este também é altamente transmissível, devemos desenvolver o mesmo cuidado. Mas se os sintomas se agravarem um pouco mais, procure imediatamente atendimento médico.
Pessoas que sentirem os sintomas ainda que leves, mas que tenham entrado em contado com quem recebeu o diagnóstico ou esteve em alguma zona de risco devem ficar em casa por um período em torno de 15 dias. Os testes devem ser feitos para excluir a possibilidade de contaminação. Lembre-se de que não adianta ter pânico: o objetivo dessa precaução é proteger as pessoas potencialmente mais vulneráveis, como idosos, crianças, pessoas com doenças pré-existentes, dificuldades imunológicas, etc.
Orientamos aos pastores e pastoras que, durante o culto, busquem alternativas ao contato físico de abraços e apertos de mãos. A coleta de ofertas no gazofilácio é mais segura agora do que passar salvas pelos corredores, por exemplo. Mantenham sabão líquido para higienização nos banheiros e recipientes com álcool gel nas salas e na nave do templo.
Se o seu local de culto é pequeno, pouco ventilado e há possibilidade de um número maior de pessoas, pense em planejar dois ou mais momentos de cultos durante este tempo. Peça às pessoas que possam optar por apenas um dos horários disponibilizados, facilitando assim que não se perca a comunhão e se garanta um menor contato passível de transmissão da doença.
Essas orientações em alguma medida valem para células, grupos pequenos e outros grupos. A liderança pode verificar quais cuidados se aplicam para proteger cada integrante de seu grupo.
Verifiquem se a maneira de servir a ceia está segura, se possível que as pessoas que sirvam utilizem luvas e todos os objetos sejam de uso pessoal. Isso porque o vírus se transmite por contato e permanece ativo por algum tempo em determinadas superfícies.
Levem a sério a questão da higiene pessoal e relembrem isso em todos os cultos, aproveitando a oportunidade para agir de modo educativo. Priorizem a atenção às crianças, pessoas idosas e enfermas.
Não permita atitudes de desobediência a essas instruções, recordando que somos membros uns dos outros e quando um membro do corpo sofre, todos sofrem. Somos responsáveis pela saúde de cada pessoa neste momento!
Em cada cidade e Estado, procure cumprir as determinações do governo. Caso haja proibições de grandes reuniões em sua cidade, obedeça. Nem todas as informações nos chegam imediatamente e o governo tem a responsabilidade de zelar pelos cidadãos e cidadãs. Há necessidade de obedecer aos protocolos constituídos, como vemos em todo o mundo.
Nesses casos extremos, as igrejas poderão aproveitar outras formas de contato, via as redes sociais. Não perca a comunhão com o corpo de Cristo apenas por não poder estar presente fisicamente neste momento!
Reforcem a limpeza e higienização dos espaços coletivos dos templos, salas de aula e espaços coletivos. De novo lembramos que num momento assim, nossas crianças devem receber atenção redobrada.
Às mães, pais e responsáveis de crianças pequenas, recomendamos que mantenham as vacinações em dia, pois outras doenças como o sarampo têm aparecido em surtos em nosso país e devem receber igual atenção.
Aos adultos e adultas, aproveitem para também ir ao posto de saúde e atualizar suas vacinas. Um dos motivos pelos quais novas doenças surgem e antigas renascem são as desinformações e desconstruções constantes que vemos em todos os meios de comunicação.
Como metodistas, sabemos que a ciência e a piedade vital podem e devem andar juntas! Deus deu inteligência ao ser humano para que a vida seja protegida! Obedeça às orientações dos médicos, médicas e sanitaristas.
Elevemos a Deus um clamor, particularmente pelos países nos quais o surto atingiu proporções maiores. Pelas famílias que perderam seus entes queridos. Pelos profissionais da saúde, homens e mulheres, mobilizados em favor das pessoas atingidas.
Oremos pela indústria farmacêutica, para que seu empenho para encontrar novos medicamentos, mais eficazes, seja paripasso com o senso de humanidade, garantindo acessibilidade.
Oremos pelos governos de todo o mundo, pelo nosso governo e pelo nosso sistema de saúde, para que haja revisão dos processos que possam garantir recursos para proteger nosso povo. E que Deus nos dê sabedoria para superar qualquer motivo de separação, divisão, xenofobia ou discussões inúteis, unindo-nos como seres humanos, criados à imagem e semelhança de Deus. O amor é parte de qualquer processo de cura.
Em Cristo,
Colégio Episcopal da Igreja Metodista
São Paulo, 12 de março de 2020
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