Publicado por José Geraldo Magalhães Jr. em Notícia, Entrevista - 29/01/2019 às 11:07:52

Pastor metodista assume vice­-reitoria da Faculdade de Teologia

A Faculdade de Teologia (Fateo) da Igreja Metodista, a partir deste mês, terá um novo vice-reitor, Pastor Jonadab Domingues de Almeida. A cerimônia de posse ocorreu no início de dezembro na reunião do Conselho Diretor da Fateo. O Pastor Jonadab sente-se vocacionado para o ministério pastoral desde criança. Aos poucos e com orientação de várias lideranças metodistas, ele foi discernindo a vocação. 
O professor Jonadab foi cedido pela 6ª Região Eclesiástica (RE) para atuar na Fateo como Pastor de Vida Comunitária em 2008; iniciou como docente em 2014. Atualmente, o professor exerce também o cargo de Secretário Executivo do 19º, do 20º e, agora, do 21º Concílio Geral. Segundo o pastor, a responsabilidade trouxe grande sobrecarga de trabalho, mas também um grande aprendizado por contribuir para uma área tão importante da vida da Igreja.

Antes de chegar à Faculdade de Teologia, foi pastor de dedicação exclusiva por 17 anos na 6ª RE. Conversamos com o Pastor Jonadab para que você conheça também o ministério pastoral do vice-reitor da Fateo.

EC: Quando e como aconteceu o chamado para sua vocação pastoral?
Pr. Jonadab: Ainda menino, tive várias experiências que marcaram minha inquietação e o posterior discernimento sobre minha vocação pastoral. Além dos cultos domésticos e dos cultos na Igreja Metodista em Pedra Branca, ainda criança, no sítio de meus avós, já tinha a oportunidade de dirigir determinados cultos. Também tínhamos o hábito de brincar de culto em casa, e sempre eu era o pastor; às vezes, com o paletó do meu pai, pregava para minha família. 

Entre as recordações da infância, lembro de ter ido levar comida para meu pai, meus tios e outros camaradas que estavam trabalhando na roça e, quando eu estava em cima de um pé de mexerica tangerina encurvada no meio da plantação, ouvi meu tio Quim contar ao meu pai que eu havia dito a ele que seria um pastor, e o meu pai respondeu que se eu me tornasse um pastor ele me daria de presente uma botina. Me senti incentivado (risos).

Mais tarde, nos momentos de apelo para quem se sentia chamado para o ministério pastoral dos encontros de Juvenis no Recanto Metodista Bispo Dawsey, com pregações especialmente do Rev. Lawrence Antony Brown­ e Rev. Rosalino Domingos, me fizeram ir ao altar várias vezes com o coração aquecido.

As conversas em casa com algumas pessoas de referência da Igreja local em Santo Antônio da Platina/PR – inclusive com alguns dos jovens que também oravam e pediam discernimento sobre o chamado pastoral –, principalmente as com o Rev. Samuel de Souza, então pastor da Igreja Metodista em Santo Antonio da Platina, me ajudaram a discernir a voz interior que impelia a me colocar nos caminhos de preparação para o ministério pastoral. 

O Rev. Samuel me orientou a fazer o curso de evangelista oferecido pela Igreja como forma de preparação para posteriormente iniciar o programa Pré-Teológico, hoje chamado de Programa de Orientação Vocacional. Após a conclusão do curso de Evangelista, em 1984, iniciei o Pré-Teológico objetivando o pastorado. Desde então, meu ministério foi frutífero em várias igrejas da 6ª e 3ª Regiões.

EC: Em algum momento pensou que seu ministério se daria também na área acadêmica?
Não. Pelo contrário, sempre pensei que essa não seria uma área para minha atuação, por considerar ser outro meu ministério, ou seja, o envolvimento integral com a Igreja local. Quando fui consultado sobre a possibilidade de vir para a Faculdade de Teologia, relutei bastante e cheguei a dizer que não era minha área ministerial e que havia outras pessoas com melhor preparo para esse importante ministério.

Fui convencido a pensar, orar e, após diálogo em casa e diálogo com o Revmo. Bispo João Carlos Lopes, resolvi me colocar à disposição para a tarefa, que era de pastorear a comunidade acadêmica. Somente após seis anos de atuação como pastor de vida comunitária, tempo em que cursei Integralização de Créditos para reconhecimento do diploma de bacharel em Teologia e o mestrado em Ciências da Religião, é que surgiu a oportunidade e grande desafio com a docência, primeiro com os temas da Liturgia e da Homilética, depois só com a Liturgia, o que tem sido uma grande alegria e honra, com a convicção do mesmo chamado ministerial.

EC: Um dos cargos somados com as atribuições pastorais e acadêmicas foi o de Secretário Executivo Concílio Geral. Como o senhor concilia todas essas atividades?
O cargo de Secretário Executivo do 19º, do 20º e, agora, do 21º Concílio Geral trouxe grande sobrecarga de trabalho, mas também com o sentido de realização, por estar contribuindo em área tão importante da vida da Igreja e da Missão. Conciliar tão grande responsabilidade só é possível por poder contar com a cooperação, com parcerias e também com a compreensão nas fragilidades e nas horas de falhas. A dedicação e o empenho dos/as integrantes do Grupo de Trabalho nomeado, dos/as Executivos/as Nacionais e Equipes da Sede Nacional da Igreja fazem muita diferença e possibilitam essas realizações. Especialmente a direção da Faculdade de Teologia, que cede parte significativa dos horários de trabalhos, inclusive das Equipes, para os trabalhos de preparação do Concílio Geral, também fazem muita diferença.

EC: O senhor esperava assumir esse cargo? Como recebeu a notícia de ser escolhido como vice-reitor da Fateo?
Não esperava. Sabia que poderia ocorrer em algum momento mais à frente, que teria tempo para estar mais bem preparado para esse desafio, se fosse o caso. Sempre vi outras pessoas mais preparadas que poderiam ter sido escolhidas para essa importante função da Faculdade de Teologia e da Igreja Metodista. 

Recebi a notícia com surpresa e alegria e me senti extremamente honrado com esse grande privilégio, apesar da grande responsabilidade. Só lamento a saída, que considero precoce, do Pastor e Professor Nicanor, a quem tanto admiro e respeito.

Trabalhar ao lado do Pastor e Professor Paulo Garcia, reitor, como também ao lado dos/as demais pastores/as, professores/as e colaboradores/as que atuam­ na Faculdade de Teologia é uma grande honra e motivo de muita alegria e louvor a Deus. 

EC: O que muda a partir de 2019?
Ainda não sei. Devo deixar algumas das atribuições e assumir outras no expediente da Faculdade, especialmente na gestão administrativa que estava sob a responsabilidade do Pastor Nicanor. Mas as tratativas estão acontecendo, e as mudanças ainda serão definidas. 

Pretendo continuar sendo pastor e professor, tarefas a meu ver inseparáveis. No mais, procurarei fazer da melhor forma, para contribuir com a Igreja nos trabalhos de construção do Reino de Deus, um Reino de Justiça e Paz em Jesus.  

Pr. José Geraldo Magalhães

Publicado na edição de fevereiro de 2019 do Jornal Expositor Cristão impresso.


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