Publicado por José Geraldo Magalhães Jr. em Notícias, Opinião, Metodismo, Episcopal - 27/08/2019 às 13:56:18
Palavra Episcopal: Mulheres anônimas servindo na missão
“É necessário que Ele cresça e que eu diminua” (João 3.30)
Na Bíblia encontramos inúmeros exemplos de mulheres que dedicaram a vida ao serviço do Senhor e da missão e que foram discretas, nunca se promovendo, pelo contrário, sempre promovendo o nome do Senhor, com alegria no coração, mas dando a honra e a glória ao Senhor.
Quantos ainda hoje não valorizam o trabalho das mulheres em nossas comunidades de fé, quantos ainda discriminam e menosprezam as mulheres, quantos ainda insistem em achar que a mulher deve ser subjugada e permanecer sempre calada? Isso é injusto, absurdo e pecado contra o Criador.
A Igreja Metodista nunca teve nenhum problema em reconhecer a grande importância e relevância do serviço das mulheres na missão de proclamar o Reino de Deus. São muitas as comunidades de fé que agem dessa forma e não valorizam a missão desenvolvida pelas mulheres na Obra do Senhor.
Nos orgulhamos de sermos pioneiros/as em reconhecer o valoroso trabalho e serviço prestado pelas mulheres na missão metodista de proclamar o Reino de Deus, pois uma prova verídica disso é o aniversário de 90 anos da Revista Voz Missionária, uma revista voltada para o ensino e divulgação da missão metodista através do serviço de nossas mulheres no Brasil.
Criada por Miss Leila Epps, cuja visão era de valorizar o potencial da mulher metodista brasileira e do seu serviço à missão através da Igreja, a Revista Voz Missionária nasceu no dia 18 de setembro de 1929. Ela e algumas mulheres dinâmicas e idealistas realizam o sonho da criação da Voz Missionária, uma revista que nasce de forma humilde, mas com um grande desafio e ideal.
Nossa querida irmã Ottília Chaves dá o seguinte depoimento sobre o nome da Revista Voz Missionária: “ideal missionário da mulher metodista, tendo por missão a propagação do Evangelho, a divulgação de conhecimentos, de orientação, de educação, levando a todos/as mensagens edificantes”.
Como podemos observar, ao longo de nossa história, quando completamos 152 anos de trabalho metodista no Brasil, 89 anos de autonomia da Igreja Metodista no dia 2 de setembro e 90 anos da Revista Voz Missionária, podemos nos alegrar em dizer que nada disso seria possível sem a participação e o trabalho missionário das muitas mulheres metodistas brasileiras.
Quando usamos a expressão “anônimas” não nos referimos ao seu significado pejorativo “sem identificação”, mas sobretudo ao sentido mais profundo e etimológico da expressão “sigilosa”, ou seja, mulheres que desaparecem, que ficam em sigilo para que o nome de JESUS CRISTO possa brilhar, pois entendemos que é esse ministério que tem sido desenvolvido pelas mulheres metodistas ao longo dos anos e na missão aprenderam o que significa dizer “é necessário que Ele cresça e que eu diminua” (João 3.30).
“Quando usamos a expressão anônimas não nos referimos ao seu significado pejorativo sem identificação, mas sobretudo ao sentido mais profundo e etimológico da expressão sigilosa, ou seja, mulheres que desaparecem, que ficam em sigilo para que o nome de JESUS CRISTO possa brilhar”
Muitas mulheres marcaram a nossa história ao longo desses anos de metodismo no Brasil. Martha Watts, nascida em Bardstown no dia 13 de fevereiro de 1845, foi missionária e educadora metodista norte-americana, passou vários anos no Brasil e ficou conhecida como “semeadora de escolas”, pois fundou as seguintes instituições: Colégio Piracicabano, em Piracicaba, inaugurado em 13 de setembro de 1881; Colégio Americano, em Petrópolis; Colégio Izabela Hendrix, em Belo Horizonte.
Em janeiro de 1974 foi ordenada a primeira presbítera da Igreja Metodista, Pra. Zeni de Lima Soares. Ela foi redatora da Revista Bem-Te-Vi por 25 anos, além de coordenadora do trabalho com crianças de rua na zona industrial de São Bernardo do Campo/SP.
Há também aquelas mulheres simples como a irmã Cladir, uma mulher simples da minha igreja local, além de ser muito dedicada ao serviço e à missão no trabalho metodista por vários anos; essa irmã, juntamente com a antiga Sociedade Metodista de Senhoras, foi usada para consolidar a minha fé em Jesus Cristo no ano de 1980, quando iniciei minha caminhada com Jesus Cristo na Igreja Metodista em Anta; no próximo ano completo 40 anos de metodista.
Que novas Rutes, novas Déboras, novas Martas e Marias possam ser vistas em nosso meio e em nossas comunidades locais através da vida e da missão da mulher metodista brasileira, pois sem vocês seria impossível. Alguém já dizia: “Quem não vive para servir, não serve para viver”. Vamos todos e todas: VIVER PARA SERVIR!
Bispo Roberto Alves de Souza
Presidente da 4ª Região Eclesiástica
Tags: ec-setembro, bispo-roberto, palavra-episcopal