Publicado por Redação em Notícia, Nacional - 27/05/2024 às 14:48:53

Palavra Episcopal

DIA DO PASTOR E PASTORA METODISTA

 

No segundo domingo de abril, a Igreja Metodista celebra o Dia do Pastor e da Pastora Metodista. Não foi sempre assim. Quando cheguei na Igreja Metodista, e mesmo depois, quando iniciei no ministério pastoral, essa data era 1º de janeiro. No final do culto de vigília do dia 31 de dezembro, antes da benção apostólica, uma homenagem, uma menção e, muitas vezes, nem isso, apenas no primeiro domingo de janeiro alguém mencionava que o Dia do Pastor e da Pastora havia passado. Em 2012, o Concílio Geral aprovou o segundo domingo de abril como uma alusão à chegada dos missionários no Brasil como este dia de lembrança, reconhecimento e homenagem.

Quero destacar aqui, em primeiro lugar, a importância do reconhecimento do chamado pastoral: é uma honra servir ao Senhor como pastor e pastora da Igreja Metodista. Segundo, a única condição para isso é “servir ao Senhor com alegria”. E a recomendação bíblica é: “aos presbíteros que há entre vocês, eu presbítero como eles, testemunha dos sofrimentos de Cristo e, ainda, coparticipante da glória que há de ser revelada, peço que pastoreiem o rebanho de Deus que há entre vocês, não por obrigação, mas espontaneamente, como Deus quer, não por ganância, mas de boa vontade; não como dominadores dos que lhes foram confiados, mas sendo exemplos do rebanho”. (I Pe 5.1-3). Creio que o que mais precisamos em nossos dias, de forma particular na Igreja Metodista, é que possamos, como pastores e pastoras, ser “modelos” para o rebanho. 

Mas neste dia também cada comunidade local deve celebrar e reconhecer este chamado e vocação. Em Hebreus 13.7, encontramos: “Lembrem-se dos  seus líderes, os quais pregaram a palavra de Deus a vocês; e, considerando atentamente o fim da vida deles, imitem a fé que tiveram”. Como Igrejas locais, precisamos “honrar” o ministério pastoral – e aqui, não no sentido da “oferta” ou “presente”, uma fala comum em nossos dias quando convidamos alguém para pregar em nossas igrejas. Mas honrar no sentido  de nos lembrarmos mesmo de quenosso(a) pastor(a) tem uma importância para a vida da Igreja e de cada membro e sua família e nas igrejas locais. “Lembrar-se” está na condição da valorização, apoio, suporte e intercessão pelos pastores e pastoras e seus familiares. Alguns cuidados que quero trazer à memoria de palavras que ouvi na caminhada pastoral. 

Conceitos ou “conselhos” que recebemos para o ministério pastoral através dos tempos:
1. “Cuide da minha igreja e Eu cuidarei da sua família: disse Jesus!”
– palavra de um leigo. Jesus nunca disse isso, o pastor e a pastora precisam cuidar da sua família, é o primeiro ministério nosso. E a Igreja pode ser uma benção cuidando do pastor, pastora e da família. O ministério pastoral saudável vai acontecer no cuidado mútuo.

2. Subsídio pastoral – composição: cada região tem uma forma de tratar este tema, temos uma “base nacional”, mas muitas vezes a igreja local coloca no pacote cobranças de toda a família (esposa, filhos). Lembrem-se: a nomeação é pastoral, a família servirá a igreja não pela nomeação, mas por amor a Jesus. Importante também destacar a importância do orçamento familiar – recursos financeiros: na composição do salário, normalmente não temos uma “linha” destinada a lazer, viagem, família, etc; isso para pastores e pastoras, mas também para leigos e leigas.

3. “Folga ou descanso pastoral– o pastor e a pastora têm dificuldade em simplesmente ficar em casa, atender a família, pescar (algo que eu gosto).
Parece que é até pecado o descanso semanal, porém, lembrem-se que até o próprio Deus descansou.

4. Falta de aprendizado – ócio e lazero pastor e pastora precisam aprender também a ter um tempo de lazer, alegria, relaxar, literalmente brincar. Não é pecado se divertir. 

5. Conceito de culpa – não é incomum, como pastores e pastoras, acharmos que estamos “devendo para a Igreja”. Tenho dito aqui na Região que não tenho nomeado nenhum super- homem ou supermulher, mulher aravilha, mas homens e mulheres com uma vocação e um chamado pastoral, mas que também têm suas limitações. Talvez por isso encontramos tantos pastores e pastoras enfermos (aqui dentro e fora da Igreja Metodista).

6. E, por último, um desafio, preparar-se para a aposentadoriaEstamos trabalhando na Região hoje a ideia de “jubilar”, pois é uma alegria poder encerrar a carreira como pastor e pastora. Alguns pastores(as) não aceitam a aposentadoria. A vocação nunca se aposenta, jubila, mas o administrativo sim.

Aproveitando a celebração do Dia do Pastor e da Pastora Metodista, quero convidar você, meu irmão e minha irmã, leigo e leiga em nossa Igreja, que possam honrar e valorizar seu pastor e sua pastora! Orem, intercedam, abençoem e reconheçam esta pessoa que Deus levantou sobre sua vida como autoridade espiritual. Se possível, dê um presente muito especial, algo que  le ou ela gostem, possam usufruir e se divertir. Abençoe!

Pastores e pastoras, sirvam ao Senhor com alegria, reconheçam a cada dia que é uma honra o chamado pastoral e um privilégio pastorear a Igreja Metodista. 

Estou orando pela sua vida e, como pastor e bispo, peço que ore pela minha vida, pelo Colégio Episcopal (composto de bispos e bispa), mas, antes de tudo, pastores e pastora!

Que este seja sempre um dia de celebração e louvor ao nosso Deus!

 

 

 

Bispo Marcos Antonio Garcia
Pastor e bispo, Terceira Região Eclesiástica


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