Publicado por Redação em Notícia - 21/01/2025 às 15:07:55
Oração, a centelha do avivamento
Muitos avivamentos aconteceram por causa da oração e ficaram na história
No mundo tão cheio de distrações e agitado em que vivemos, reservar um tempo para orar se tornou raro. Sem vida de oração, a igreja entra numa fase de letargia e, por consequência, de impureza moral e decadência. Se por um lado, a oração se tornou mais um evento esporádico, houve um tempo em que era um estilo de vida, uma demonstração de total dependência de Deus e o ponto central do relacionamento do crente com o céu.
Em todos os tempos, além de ser a força propulsora da igreja, a oração tem sido a centelha para grandes avivamentos. A igreja em Atos nasce tendo a oração como um dos seus fundamentos, o que resultou em grandes milagres e milhares de conversões. Uma igreja impactante pelos resultados de uma vida de oração, como se vê em Atos 4.3: “E, tendo eles orado, tremeu o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com intrepidez a palavra de Deus”. A oração atraía o poder de Deus e incendiava os corações dos primeiros cristãos.
No decorrer da história não foi diferente! Quando a igreja enfraquecia, os remanescentes fiéis começavam a clamar a Deus por avivamento e renovação. Pecados começavam a ser confessados, arrependimento entrava no coração do povo, a palavra de Deuscomeçava e ser pregada com poder e autoridade e a igreja experimentava do perdão de Deus. Um avivamento histórico acontecia como resultado de um alicerce, a oração.
Esse padrão tem se repetido vez após vez. Muitos avivamentos aconteceram por causa da oração e ficaram na história.
Muitos poderiam aqui ser citados, mas o que dizer dos 100 anos de oração vivenciados pelos Morávios! Foi na Saxônia, em 1727, que um dos maiores avivamentos da história começou. A vila de Hernhut, onde moravam alguns cristãos perseguidos, passava por um período de crise e divisão, quando um grupo de 24 homens e 24 mulheres sentiram a necessidade de levantar um clamor a Deus, e comprometeram-se a orar em turnos de uma hora por dia. A ideia impactou a comunidade e logo outros se juntaram a eles. Essa iniciativa estabeleceu um ambiente de arrependimento, busca por poder e avivamento, que duraria 100 anos. Segundo o historiador morávio, “essa chama de oração nunca se apagou. Era o fogo do altar de Deus, que, como em Levítico 6.13, nunca deveria se extinguir”. Os resultados deste avivamento foram logo evidentes, dentre eles, o envio de mais de 300 missionários aos confins da terra nos primeiros 65 anos deste movimento. Isso era tão contagiante que um herói da fé como John Wesley seria inspirado pelo fervor dos morávios e, posteriormente, mudaria a história do cristianismo na Inglaterra e na América.
Se essa vigília de oração foi a centelha de um avivamento que atravessou fronteiras e inspirou outros grandes avivalistas, o que poderia acontecer hoje se assumíssemos o compromisso de orar sem cessar? Crises seriam superadas, o impossível seria experimentado e, acima de tudo, o avivamento viria sobre a igreja.
Somos herança de uma história de avivamento. John Wesley acreditava que a oração era um meio de se aproximar de Deus e o primeiro passo para ver o mover de Deus. Por isso, dedicava pelo menos duas horas por dia à oração pessoal e vale ressaltar que, no “clube santo”, a oração era uma das prioridades.
Para fechar as histórias inspiradoras sobre orações que provocaram grandes reformas e avivamentos, cito John Knox. É de sua autoria a conhecida oração: “Dê-me a Escócia ou eu morro”. Knox via a oração como uma conversa séria e familiar com Deus. Por isso, orava sem cessar, tratando Deus como seu amigo e levando a Ele suas necessidades. Ele queria ver seus irmãos livres dos enganos e da escuridão de sua época. Sua vida de oração era tão notável que a rainha da Escócia disse certa feita: “Temo as orações de John Knox mais do que todos os exércitos reunidos da Europa”.
Portanto, temos na Bíblia e na história da igreja grandes referências sobre oração, iniciativa que foi a centelha para esses grandes despertamentos. Fica muito claro que avivamento é precedido por orações intencionais, sinceras, incessantes e fervorosas - como vimos nos exemplos citados acima, na Saxônia, na Inglaterra e na Escócia.
A fragilidade da igreja dos nossos dias sinaliza a necessidade de renovação espiritual, de um avivamento que marque a vida da igreja no Brasil e no mundo. Mas isso só será possível se a centelha da oração voltar a incendiar os corações frios e as almas dormentes. Estimule sua igreja a orar, faça da intercessão seu estilo de vida, seja excelente na intimidade com Deus.
Se a oração fez tremer o lugar de reunião dos membros da igreja primitiva, transformou cidades e nações, não poderá avivar a igreja dos nossos dias? É só produzir a centelha que o fogo se alastra!
Pastor Silvio Cezar Leite
Representante do Movimento
Nacional de Oração na 3ª RE