Publicado por Redação em Notícias - 02/04/2018 às 11:17:11

O Homem que trocou o revólver pela Bíblia

Transformação humana a partir do que Deus fez e faz

Trazemos nesta edição o belo testemunho de nossa irmã Edna Guimarães, que relatou a história de seu marido, José Raimundo Guimarães (in memorian). Ele conheceu o evangelho dentro da penitenciária. Saiu da cadeia transformado e seguiu dando testemunho. Foi Pastor metodista depois de passar pela Faculdade de Teologia e formou-se em Direito posteriormente, prova de uma transformação completa e genuína do ser humano por meio da graça e do amor de Deus. 

Antes de 1960 conheci um jovem que já testemunhava o que Deus fez na sua vida, quando ainda se encontrava nas grades da Penitenciária Lemos de Brito, na Rua Frei Caneca, no Rio de Janeiro. Homens e mulheres obedecendo ao Ide de Jesus levavam a palavra de Deus a estes encarcerados. Todavia, neste grupo de incrédulos e alguns sedentos, surge José Raimundo Guimarães, que, deixando o agir de Deus na sua vida, tornou-se um homem transformado.

Muitas aspirações havia em seu coração, e alguns servos e servas que ali desenvolviam tão brilhante trabalho de evangelização, como Fausta Falcão, Brum da Silveira e Rev. Kenneth Traxler, missionário americano na ocasião e Pastor da Igreja Metodista em Pilares, acreditaram no que viram e investiram na realização dos sonhos deste jovem. 

Assim sendo, ao sair da prisão deu-se início a sua nova trajetória na carreira estudantil. Ingressou no Instituto Central do Povo (ICP), hoje Instituto Metodista de Ação Social, para reiniciar seus estudos na antiga quinta série. A seguir, as portas se abriram no Instituto Metodista Granbery, em Juiz de Fora/MG, e na Faculdade de Teologia da Igreja Metodista para estudar Teologia. A sede do saber era grande, motivando-o a entrar em outras faculdades que originou a extensão de seu ministério como advogado e professor.

Em todos esses espaços testemunhou o poder de Deus, chamando a atenção da imprensa por meio das revistas Cruz de Malta nos anos 1960 e 1963, também o Expositor Cristão em dezembro de 1962, e a revista Fatos e Fotos, que também circulava na época. No entanto, havia uma revista de grande circulação no país chamada O Cruzeiro, que foi até o Granbery, em Juiz de Fora, em 28 de julho de 1962. O que chamou a atenção dos/as jornalistas da Revista O Cruzeiro na época foi uma reportagem sobre sua vida intitulada “Troquei o revólver por Deus”, na qual ele segurava a Bíblia em uma de suas mãos e o revólver na outra. A repercussão era nacional. Diante dos fatos, logo a televisão também se interessou em convidá-lo para falar sobre a sua transformação em diferentes programas e canais.
Seu testemunho era baseado em II Coríntios 5.17: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas antigas já passaram, eis que tudo se faz novo”.

Eu vi, eu acompanhei a sua trajetória por mais de 40 anos servindo a Igreja Metodista como pastor. Sou testemunha de toda essa história. José Raimundo Guimarães deixou grande legado. E eu, Edna da Silva Guimarães, sua esposa, minhas filhas Keila, Kênia e meu filho Kelmer, nos orgulhamos da sua vida e testemunho do que Deus faz.

Sejamos sensíveis ao agir de Deus na vida e na oportunidade que Deus tem para todo aquele e aquela que O conhece e crê.

Diante da realidade que vivemos hoje, sem dúvida tememos, porém, muitos/as, ao lerem esta história de vida, relembrarão este grande milagre que trilhou com ele no seu crescimento espiritual, tendo sido fiel até a morte, ocorrida no dia 31 de abril de 2004.

Como é bom estender as mãos e “trazer à memória o que nos dá esperança” (Lm 3.21).

Vale a pena repensar, agir e seguir em frente. 

Edna Guimarães | Viúva de José Raimundo Guimarães - Rio de Janeiro
Publicado originalmente no Jornal Expositor Cristão de abril.


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