Publicado por Redação em Notícia, Internacional, Banner - 20/10/2016 às 10:12:07
Nenhuma a menos / Ni una menos - Igreja Metodista da Argentina emite manifesto de apoio
Uma comoção nacional tomou conta da Argentina depois do violento assassinato de Lucía Pérez, uma adolescente de 16 anos que foi violentada em Mar Del Plata no dia 8 de outubro. Surgiu então nas últimas semanas a movimentação nas ruas e nas redes sociais que levam a hashtag #NiUnaMenos ou #NenhumaAMenos, em português, pedindo o fim da da morte de mulheres em decorrência de seu gênero.
Violência de gênero acontece quando uma mulher sofre violência física ou psicológica por ser mulher. O feminicídio é o último grau de violência contra a mulher. A militância feminina no país é presente na busca de políticas públicas pela mulher, buscando o fim do feminicídio que apresenta altos níveis. A cidade de Buenos Aires registrou 98 casos de mulheres assassinadas por seus parceiros apenas em 2015, o que comprova a presença de uma cultura de violência contra ser combatida.
Com o apoio de milhares de pessoas, inclusive de outros países da América Latina e do mundo, os movimentos sociais e ativistas realizaram um protesto em forma de greve simbólica, entre as 13h e 14h ontem (19), pelo fim da violência de gênero, feminicídio e discriminação contra a mulher no mercado de trabalho. Segundo a agência EBC, uma multidão vestida de preto reuniu-se em frente ao Obelisco – cartão-postal de Buenos Aires – e marcharam com guarda-chuvas ate a Praça de Maio, em frente ao palácio presidencial. A manifestação, convocada pelas redes sociais, é a terceira contra o femenicidio feita na Argentina.
#NiUnaMenos Acompañaremos desde el lugar que ellas nos digan, por Enzo Maqueira https://t.co/LYMBFh3Z57 pic.twitter.com/yTX3lF4RjM
— Clarín.com (@clarincom) 19 de outubro de 2016
Depois do primeiro protesto #NiUnaMenos, que aconteceu em junho de 2015, o governo da Argentina lançou o plano de gênero para combate do feminicídio, um projeto que visa a construção de 30 refúgios para mulheres que oferecerão suporte para elas e seus filhos, quando correrem risco de vida. O sistema ainda oferece suporte telefônico e pulseiras eletrônicas para avisarem sobre o perigo.
A Igreja Metodista na Argentina atendeu a convocação para os protestos de ontem (19), publicando um dia antes do evento em seu site oficial um manifesto de apoio que pede o despertamento da igreja na luta pelo fim da violência contra a mulher. O texto assinado pelo Pastor Frank de Nully Brown, bispo da IM argentina, é objetivo a ressaltar que "não temos feito o suficiente nos nossos espaços para eliminar a cultura patriarcal que outorga ao homem o poder na vida da mulher". Leia abaixo:
A Igreja Evangélica Metodista Argentina adere a convocação NENHUMA A MENOS do dia 19 de outubro em defesa da vida de todas as mulheres.
A realidade dos feminicídios e as alarmantes informações que recebemos sobre a morte de jovens inocentes, chamam todos os cristãos e cristãs a pedirem perdão quando não temos feito o suficiente nos nossos espaços parar eliminar a cultura patriarcal que outorga ao homem o poder na vida da mulher.
É hora de trabalhar para transformar esta realidade desagradável, refletindo, orando e atuando na busca de uma sociedade mais justa e respeitosa na convivência da paz (sem violência).
Clique aqui para ler o manifesto publicado no site oficial da igreja.
Clique aqui para baixar o documento original em PDF.
A Igreja Metodista no Brasil tem lutado pelo fim da violência contra a mulher promovendo a campanha internacional #QuintaFeiraUsoPreto. Hoje, representantes das sociedades de mulheres, clérigos, leigos e simpatizantes da campanha se vestem de preto para conscientizar sobre o problema no país e no mundo. Leia mais sobre a campanha aqui. Hoje, cristãos e cristãs permanecem vestido de preto por nenhuma mulher a menos.
Escrito por Sara de Paula
Repórter EC