Publicado por Redação em Notícia, Internacional, Banner - 09/01/2017 às 12:14:34
Negociações para acordo de paz na Síria já tem data para começar, mas ajuda humanitária ainda é necessária
Conflito em Aleppo, Síria | Observatório Sírio de Direitos Humanos
As negociações de paz entre o governo de Bashar al-Assad e os grupos rebeldes sírios começarão no dia 23 de janeiro em Astana, no Cazaquistão, disse o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu.
A entrevista do chanceler Mevlut Cavusoglu foi dada à agência oficial de notícias de seu país, Anadolu, citada pela russa Tass nesta quarta-feira (4). Rússia e Turquia, ao lado do Irã, foram os principais negociadores do acordo para cessar-fogo assinado entre os dois lados do conflito sírio e que entrou em vigor no último dia 30 de dezembro.
Cavusoglu destacou que, antes do acordo de todos os representantes, será realizada uma espécie de pré-reunião entre russos e turcos nos dias 9 e 10 de janeiro. Ao ser questionado sobre as acusações de grupos rebeldes de que o regime de Assad não estaria respeitando a trégua nos ataques, o ministro turco se mostrou preocupado e destacou que "se nós não formos capazes de parar as violações do cessar-fogo, o encontro de Astana fracassará".
Na terça-feira (3), representantes dos rebeldes informaram que "congelariam" as conversas de paz em Astana porque as "violações" dos grupos pró-Assad estariam "ameaçando a vida de centenas de milhares de pessoas". Mergulhada em uma guerra civil há quase seis anos, a Síria tenta um acordo diplomático para por fim ao conflito - que já matou centenas de milhares de pessoas e obrigou mais de seis milhões a saírem de suas casa. (ANSA)
O Observatório Sírio de Direitos Humanos que monitora a zona de conflitos, afirma que o número de mortos desde o início da guerra civil, em 2011, já ultrapassou a absurda quantidade de 300 mil pessoas.
No mês de dezembro, agências internacionais passaram a denunciar medidas desesperadas de famílias que pediam autorização aos líderes religiosos, para que pudessem matar suas filhas e mulheres da família evitando que fossem violentadas em Aleppo, uma das cidades mais devastadas pelos conflitos, pelas forças de Bashar al-Assad.
Civis que ainda vivem em meio aos conflitos, sem conseguir deixar o país devido às violações de tréguas, gravaram vídeos com mensagens finais no ápice dos atentados contra a sua segurança. Segundo a ONU, membros do exército sírio invadiam as casas para matar as famílias que ainda moravam na cidade.
As Igrejas Metodistas Unidas na Europa, tem mantido ministérios de atenção e apoio entre os refugiados que chegam especialmente da Síria para tentar amenizar os problemas que as famílias também enfrentam . O trabalho também é realizado para imigrantes latino-americanos nos EUA. Leia mais aqui.
Durante o período do Advento, a Assessoria Regional de Direitos Humanos da 3ª Região Eclesiástica, publicou uma série de liturgias dentro de tema Direitos Humanos. A primeira semana abordou o tema "Imigrantes, refugiados e refugiadas", oferecendo estudos bíblicos e liturgias que atentem diversas idades, com o objetivo de tratar o tema dentro das igrejas. O material pode ser facilmente adaptado e aplicado durante o ano todo.
Na América Latina, o país que mais recebe refugiados sírios é o Brasil. De acordo com o Comitê Nacional para Refugiados (CONARE), o Brasil possuía em abril de 2016 8.863 refugiados reconhecidos, sendo 2.298 de grupos compostos por nacionais da Síria. O site Hypeness criou uma lista com organizações que devem desenvolvido um trabalho de ajuda humanitária concreto em Aleppo. Entre as sugestões estão oferecer apoio aos White Helmets (Capacetes brancos), Médicos Sem Fronteira, Sociedade Médica Sírio-americana, Comitê de Resgate Internacional e Save The Children, além de apoiar protestos e os próprios refugiados quando houver oportunidade.
Redação EC