Publicado por Redação em Notícias - 05/02/2018 às 16:28:18

Metodistas e o rádio como veículo de evangelização

Mais antigo que a TV, o rádio chegou ao Brasil em 1923 com a primeira emissora de radiodifusão do país. Considerado como o “Pai do Rádio”, o médico, antropólogo e ensaísta Edgar Roquette Pinto (1884-1954) fundou a primeira emissora chamada Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, com fins educacionais e culturais.

Entre as características do rádio como meio de comunicação de massa, destacam-se a linguagem oral (o/a ouvinte não precisa ser alfabetizado/a), o baixo custo, a mobilidade (aparelhos pequenos, leves e independentes de fios) e a sensorialidade (a voz e os efeitos sonoros despertam a imaginação).

O Expositor Cristão entrou em contato com dois pastores metodistas que fazem uso desse veículo como instrumento de semear a Palavra de Deus. Um deles é o Pastor Elias Colpini, da 6ª Região Eclesiástica. O pastor explica que começou a trabalhar com pouco menos de 18 anos na Rádio Guairacá, em Mandaguari, no norte do Paraná. Posteriormente, em Caçador/SC, ele foi proprietário de uma emissora AM, a qual fazia muitos programas para disseminar a Palavra de Deus.

O outro pastor é Luiz Daniel do Nascimento, da 1ª Região Eclesiástica. Ele iniciou oficialmente em 1995, quando começou a ajudar o Bispo Paulo Lock­mann no programa de Rádio da Igreja Metodista na região. Essa porta se abriu justamente porque ele já atuava como locutor e apresentador nos eventos regionais e locais, além das rádios comunitárias. 

Atualmente o Pastor Luiz Daniel é um forte colaborador do programa semana em podcast Giro de Notícias do Expositor Cristão, que vai ao ar todas as sextas-feiras com as principais notícias metodistas da semana.

Foram muitas experiências que, somadas, fizeram desses dois pastores metodistas referências na vida e missão da Igreja quando o assunto é radiodifusão. Abaixo você confere as entrevistas e um pouco da história de cada um deles. 

Pastor Luiz Daniel Nascimento

Pastor Luiz Daniel é um dos colaboradores no programa Giro de Notícias do EC.

1. Quando o senhor começou a trabalhar com o rádio e por quê?
Oficialmente foi em 1995 ajudando o Bispo Paulo Lockmann no programa de Rádio na Igreja Metodista na Região. Isso porque eu fazia muitas atuações como locutor e apresentador nos eventos regionais e locais e em algumas rádios comunitárias quando havia oportunidade. As pessoas viam a minha desenvoltura e incentivavam que eu fosse adiante. E já que o meu grande objetivo era servir a Igreja, pedi uma oportunidade ao Bispo, e ele me concedeu.

2. O senhor acredita ser esse um dos ministérios que Deus lhe deu? Como utiliza essa ferramenta no dia a dia?
Não tenho dúvidas de que esse é um dos ministérios e dons que Deus me deu. No dia a dia acontece principalmente levando as pessoas a conhecerem o grande amor de Deus, seja através de uma participação ao vivo ou de uma mensagem gravada.

3. Como é administrar o tempo ao trabalhar com notícias cristãs e conciliando ao mesmo tempo com o ministério pastoral? 
As atuações são diferentes em horários diferentes e bem conciliadas. É necessário sim um maior esforço da minha parte e cautela para que tudo seja bem feito. Com notícias cristãs, por exemplo, sempre atuei de forma muita básica mesmo e nunca fui na verdade empregado de nenhuma Rádio. E, fora isso, também exerço outra atividade além do ministério pastoral.

4. O senhor acredita que o rádio é uma ferramenta para a evangelização? Que tipos de estratégias podem ser utilizadas usando essa ferramenta?
Sempre acreditei no rádio como uma poderosa ferramenta na evangelização e isso bem antes do advento da internet. Inclusive sou um dos que defendem a tese de que a internet não superou o rádio, mas o ampliou. O rádio foi para a internet. Creio que devemos pedir e deixar que o Espírito Santo nos mostre as estratégias que podem ser utilizadas e ampliadas. O Giro de Notícias do Expositor Cristão da nossa amada Igreja Metodista (que tenho tido o prazer e a honra de participar) é uma das que considero excelente estratégia como forma de unidade, informação, edificação e evangelização. E isso dentro de um padrão dinâmico radiofônico.

Pastor Elias Colpini 

O Pastor Elias Colpini tem uma longa estrada no rádio. Está sempre colaborando com a comunicação em âmbito regional e nacional.

1. Quando e como começou a trabalhar com o rádio?
Comecei a trabalhar no rádio em 1956, quanto tinha menos de 18 anos de idade, na Rádio Guairacá, em Mandaguari, norte do Paraná, onde permaneci até o final de 1962. Em 1969, com outro sócio, assumimos a Rádio Caçanjurê AM, em Caçador, Santa Catarina, até 1990.
 
2.  Pode relatar pelo menos uma experiência vivenciada dentro da Igreja Metodista na qual trabalhou com o rádio para evangelizar?
 Na Rádio Guairacá, em Mandaguari, fiz produção e apresentação de um programa de variedades (30 minutos) de segunda a sábado com o nome “Brados do céu”. Cada dia da semana tinha uma programação diferente (hinos, depoimentos, atendimento de ouvintes, textos bíblicos, orações, testemunhos, mensagens e notícias). Aos sábados era apresentado um tipo de jornal falado, com notícias evangélicas locais, nacionais e até internacionais. Em Caçador (Caçanjurê) tínhamos uma apresentação diária do programa "no Cenáculo" ao meio-dia. Também tinha inserção de vinhetas, tipo spot de um minuto, na programação (temporária) com informação sobre a Igreja Metodista, principalmente no período de maio, em que falávamos sobre tradição wesleyana. Eram realizadas também entrevistas com autoridades metodistas que visitavam a cidade. 

3. É possível fazer uso dessa mídia para alcançar vidas? Como?
O rádio é uma mídia muito dinâmica; não dispondo do recurso de imagem, a voz precisa ser usada com muita habilidade para segurar a audiência, envolvendo o/a ouvinte como se estivesse conversando pessoalmente com ele/a. Precisa ser usado dentro de tempo controlado para não se tornar cansativo e impositivo. É um excelente veículo de evangelização, sem dúvida. 

4. O que significa o rádio para o senhor?
Foi uma grande oportunidade de vivenciar experiências e conhecimentos que me foram muito úteis, como alguns exemplos:
Como diretor da Caçanjurê, participei de vários congressos da ABERT (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) e fui membro da diretoria da ACAERT (Associação Catarinense de Rádio e Televisão), tendo ficado responsável pela Regional do Oeste de Santa Catarina por algum tempo.
Participei do processo de criação da Universidade em Caçador e região enquanto diretor da rádio e tive oportunidade de participar de um curso sobre "rádio e cidadania", oferecido pela Cátedra UNESCO de Comunicação para o Desenvolvimento Regional, na UMESP.
 

Veja também: Ouça a entrevista com o radialista José Milson Fabiano, na edição 46 do Giro de Notícias.


Pr. José Geraldo Magalhães
Publicado originalmente no Jornal EC de fevereiro de 2018. Acesse aqui. 


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