Publicado por Redação em Notícias, Metodismo, Entrevista - 05/12/2017 às 16:12:45
Jesus, abrigo no temporal
Nesta edição, dedicamos esta página a testemunhos. A Pastora Ana de Oliveira perdeu o marido, Corivaldo Pereira da Cruz, falecido no dia 17 de outubro de 2017. A saudade, a dor, as lembranças ficaram após uma vida conjugal de 64 anos. A Pastora Ana se aposentou no Concílio Regional, em Piracicaba/SP, em 2002, onde recebeu o título de Pastora Emérita. Escreveu o livro Preciosas Memórias em 2012. Foi a primeira pastora recebida no Conselho de Pastores Evangélicos do Distrito Federal, há 30 anos. Abaixo, a pastora compartilhou um pouco do sentimento da perda e a busca constante por abrigo no temporal.
"Existem temporais que acontecem na natureza e que nos causam susto, medo e insegurança, como aquele que aconteceu quando os discípulos atravessaram o mar da Galileia. Jesus, cansado, dormia quando sobreveio um grande temporal, que fez com que os discípulos, apavorados, acordassem o Mestre, temendo serem abatidos pelos fortes ventos e ondas bravias. Jesus acordou, repreendeu o vento e as ondas e tudo se acalmou, e a paz e a tranquilidade voltaram a reinar naquele barco (Mateus 8.23-24).
Existem temporais em nosso coração que abalam nosso emocional e que muitas vezes nos fazem perder o rumo, e a dor se apodera de nós a ponto de quase sucumbirmos. É nessa hora que temos que clamar por Jesus, para que Ele venha nos socorrer. Recentemente, vivi algo semelhante, quando meu esposo, companheiro de 64 anos de casamento, foi chamado para viver no lar celestial junto com Deus. Uma dor que eu não conhecia. Pensei que não suportaria. Então, clamei pelo socorro do Senhor. Ele ouviu o meu clamor e envolveu-me com a Sua graça.
Continuo sofrendo, sentindo muito sua falta, pois sua presença era constante em minha vida, um forte suporte no meu ministério pastoral, um grande pai e avô, sempre preocupado e atento a tudo que se passava na família; um homem íntegro, honesto e temente a Deus. Seu exemplo ficou, e sua falta ainda dói muito, mas Jesus tem sido o nosso abrigo, consolo e força. Sei que com o passar do tempo, o Consolador, o Espírito Santo irá suavizar esta dor, deixando a saudade, que é o amor que ficou. A esperança, a certeza de que um dia nos encontraremos, nos ajuda a prosseguir, cumprindo nossa missão.
Davi escreveu no seu Salmo 138, no verso 7: “Se ando em meio à tribulação, tu me refazes a vida”. Um dos hinos preferidos do meu esposo diz assim: “Da linda pátria estou bem longe, cansado estou. Eu tenho do meu lar saudade, quando será que vou?”.
Este dia chegará para todos nós e o importante é estarmos preparados/as; não com malas prontas ou ajuntando bens, ou tesouros. Daqui, nada se leva. A respeito disso, Jó afirma: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei” (Jó 1.21).
Se você está vivendo momentos assim, clame por Jesus e Ele o/a ouvirá. Ele é o único que pode dizer às ondas “acalme”, e ao vento “emudece” e tudo cessará. Só Jesus pode ser nosso abrigo e porto seguro em tempo de temporal."
Redação EC
Pra. Ana de Oliveira
Pastora aposentada
Publicado originalmente no Jornal Expositor Cristão de dezembro/2017