Publicado por Redação em Notícias - 28/03/2018 às 16:06:34

Capelania hospitalar e o desenvolvimento desse ministério

2018-04-capelania-630-800x568.jpg

Foto: Coral no Hospital Cruz Azul (SP) leva conforto para pacientes e funcionários/as.

Na série Capelania do Expositor Cristão deste mês, abordaremos sobre a Capelania Hospitalar. Uma das pessoas entrevistadas é Eleny Vassão Aitken, pessoa de referência na área da Capelania Hospitalar. De acordo com o relatório da Associação de Capelania Evangélica Hospitalar (ACEH), são pelo menos 11 hospitais atendidos pela associação em São Paulo. Somente em 2017 foram 423,5 mil atendimentos.

As áreas mais atendidas são as de pessoas que receberam algum tipo de literatura (180 mil), de pessoas alcançadas com apresentações musicais (50,6 mil), seguida de minutos com Deus, que alcançou mais de 40 mil atendimentos (foto abaixo).

Eleny é mestre em Aconselhamento Bíblico pelo Seminário Bíblico Palavra da Vida e tem se dedicado como conselheira dos/as pastores/as e missionários/as da Missão Novas Tribos do Brasil. Ela destaca a importância desse ministério. “O objetivo é levar conforto e esperança em Cristo, através da Palavra de Deus, aos/às pacientes que estão nos hospitais”, disse a fundadora da Associação de Capelania Evangélica Hospitalar (ACEH) há 36 anos. Na época da fundação, Eleny era capelã evangélica titular do Hospital das Clínicas de São Paulo. Hoje, este ministério tem um novo nome e prepara capelães/ãs e visitadores/as para mais de 230 hospitais no Brasil, além de estar consolidado em 13 países.

Para Eleny, há alguns critérios para exercer o ministério de Capelania, dentre eles, a vocação. “Creio que é necessário que o/a visitador/a e o/a capelão/ã sejam muito bem capacitados/as para exercer este ministério, para que o/a paciente e seus/as familiares sejam assistidos/as com respeito e com a palavra que fale à necessidade de seu coração, mostrando Cristo como resposta para viver e para partir”, alertou.

Qualquer pessoa pode fazer o curso de Capelania para a formação de capelães-líderes. O curso tem a duração de 1,3 mil horas, mas este deve ter um equilíbrio bíblico, sólido e doutrinário, segundo Eleny. O treinamento inclui a teoria e a prática supervisionada e individual nos hospitais. 

O Pastor Bruno Oliveira é Capelão no INCA HCIV, unidade de cuidados paliativos do Instituto Nacional de Câncer, na cidade do Rio de Janeiro, e exerce o ministério pastoral na Igreja Cristã de Ipanema. “A Capelania é meu ministério prioritário. Ela me ensinou a ver a vida de maneira diferente e lidar com minhas questões de forma mais coerente, me alegando aquilo que de fato é essencial. Quanto à Igreja, ela entende meu ministério e dá total apoio, tanto em meus plantões no hospital quanto nos cursos que ministro e nos congressos de que participo. Seria muito difícil se não tivesse esse apoio”, disse o pastor.

Carência

Mesmo que haja visitas dos/as pastores/as aos respectivos membros que se encontram internados/as, de acordo com Eleny Vassão, há uma grande necessidade de visitadores/as e capelães/ãs nos hospitais. “As portas estão muito abertas para a instalação de Capelanias Hospitalares, desde que bem preparadas e que sigam as normas dos hospitais. Temos Capelanias evangélicas em diversos hospitais no Brasil, exercendo o ministério diariamente e com total liberdade em todos os setores, pois os/as profissionais da saúde podem ver os resultados da fé em Cristo como promotor da saúde integral de seus/as pacientes. Em alguns hospitais, assumimos a Capelania geral, administrando todos os credos e oferecendo um treinamento básico para todas as religiões”, destacou.

No entanto, não é possível exercer o ministério de Capelania sem o devido preparo e cuidados necessários. Eleny recomenda “cultivar diariamente um bom relacionamento com Deus, além de preparar-se bem para o ministério através de cursos, leituras de livros sobre aconselhamento bíblico e capelania e uma educação continua­da; buscar em Deus sabedoria para ministrar a Palavra com ousadia e respeito à pessoa e ao hospital, protegendo-os e organizando o ministério de modo a contar somente com pessoas bem preparadas, credenciadas e comprometidas”, disse.

Atendimentos 

Não são somente os/as pacientes que recebem atendimentos, mas os/as profissionais dos hospitais também são contemplados/as. “Sempre que tenho oportunidade, eu faço as atividades da capelania, artesanato com funcionários/as. Acho muito importante interagir com as diversas pessoas que participam, e o aprendizado é excelente”, disse Elda Soares, que trabalha na enfermaria do pronto-socorro em um dos hospitais.

Para quem já passou alguns dias no hospital, a visita dos/as capelães/ãs ajudou no processo de restauração. O sr. João Cristiano dos Santos, 92 anos, é uma dessas pessoas. “Estive internado para fazer uma cirurgia e recebi visitas da Capelania que oraram comigo e entregaram as literaturas ‘Deus cuidará de você’ e ‘No Leito da Enfermidade’. Elas me ajudaram a passar o tempo e a me confortar”, disse o sr. João, em depoimento para o relatório entregue em 2017 pela ACEH.

A cuidadora Andressa Venâncio também sentiu o cuidado de Deus por meio da capelania. “É muito bom o trabalho de vocês, o bem-estar que promovem tanto para o/a paciente quanto para o/a acompanhante é fundamental para a vida. Renova a fé e nos passa tranquilidade, tirando a ansiedade. No meu caso, como cuidadora, me trouxe calma e força”, relatou. 

Legalização


Há procedimentos legais para não exercer o ministério de capelania de forma irregular. A Constituição Brasileira garante o livre acesso de autoridades religiosas aos hospitais, assim como as leis de cada Estado. Mas isso se refere à entrada para visitas aos membros das comunidades religiosas lideradas por estes ministros. Eleny Vassão relembra que o ministério de Capelania Hospitalar é mais abrangente. “Há uma sala em cada hospital com capelães/ãs responsáveis, secretários/as e conselheiros/as que organizam e supervisionam as equipes de visitadores/as voluntários/as credenciados/as e capacitados/as por esta. A Capelania tem um contrato com a diretoria de cada hospital, e tanto seu Estatuto, Regimento Interno como a Declaração de Fé fazem parte dos documentos apresentados ao Hospital”, disse Eleny, que finalizou destacando que mensalmente são apresentados à direção de cada hospital relatórios, relatos de casos e avaliações do atendimento. 

Leia o Relatório completo da Capelania Evangélica Hospitalar aqui, e para conhecer cursos sobre Capelania Hospitalar, visite o site www.capelaniahospitalar.org.br.

Publicado originalmente no Jornal Expositor Cristão de abril.


Posts relacionados

Eventos, Metodismo, Notícias, por José Geraldo Magalhães Jr.

Suzana Wesley, uma mães do coração aquecido

Duas datas do mês de maio – o Dia das Mães, no segundo domingo, e a experiência do “'”, de John Wesley, no dia 24 – nos trazem à memória o nome de Susana Wesley. Essa mulher foi mais do que mãe do fundador do metodismo: como você verá neste artigo do saudoso professor e pastor Duncan Reily.