Publicado por José Geraldo Magalhães Jr. em Notícias - 28/01/2019 às 17:00:29
Bispo Roberto Alves convida as pessoas a orarem por Brumadinho
Equipe de veterinários teve autorização para dar suporte a um boi que esta ilhado ao lado do ponto das buscas no ônibus (Foto: Viviane Possato/TV Globo Minas)
A Barragem da Vale na Mina no Córrego do Feijão, em Brumadinho/MG, se rompeu na última sexta-feira, 25, deixou até o momento 84 pessoas mortas (46 identificadas), e 276 desaparecidas.
O Bispo Roberto Alves de Souza - Presidente da 4ª Região Eclesiástica da Igreja Metodista, gravou um vídeo no último final de semana, em São Paulo, para reforçar a mobilização dos/as metodistas. Ele convida as pessoas a orarem pelas vidas de Brumadinho. No comunicado aos pastores e pastoras, o bispo pede para suspender, por enquanto, a campanha de doações em espécie, até que a decisão das autoridades seja revertida e haja novas necessidades de doações de todos os tipos.
A Pastora Tatiane Fernandes, da Igreja Metodista em Jatobá/MG, esteve em Brumadinho com um grupo de irmãos e irmãs no último sábado. "Pelo que vi, as autoridades estão dispensando voluntários. Tem muita gente ajudando", disse. Quem também ajudou, foi o metodista de Areias, o Psicólogo, Alisson Rodrigues da Silva. Areias fica distante de Brumadinho cerca de 1h30. Ele foi uma das pessoas convidadas por uma empresa terceirizada da Vale, para fazer acolhimento às famílias das pessoas atingidas pela tragédia.
"Eu estava em um ponto de apoio montado pela Vale. Nesse local a defesa civil emitia uma listagem com os nomes dos funcionários, terceirizados e da comunidade. As famílias chegavam a esse ponto e esperavam, as vezes por horas, até a lista ser atualizada de quem foi encontrado e de quem ainda não foi. Na maioria das vezes os familiares dos não encontrados eram as mais abaladas, então, acolhemos elas e ouvíamos o que elas tinham a dizer, seja um desabafo, um apoio ou até mesmo tirar elas do local das divulgações da lista, visto que era um ambiente gerador de muita ansiedade", disse o psicólogo Alison.
Alison destacou que as doações foram muitas a tal ponto das autoridades pedirem para suspender. "As doações foram gigantescas. Sábado eu estava em um ginásio poliesportivo abarrotado de roupas, água e alimentos; isso ia sendo repartido entre os desabrigados e equipes de salvamento", disse.
As autoridades locais organizavam os espaços em três locais para arrecadação e encaminhamentos:
1º local: A faculdade ASA era o centro administrativo de todas as ações, recebiam as autoridades de todas as esferas e as decisões e soluções vinham de lá, além de ser o ponto da imprensa;
2ª local: O ginásio Poliesportivo da cidade recebia as doações de roupas, água e alimentos;
3º local: Um local da própria Vale chamado Estação Conhecimento, era onde as esquipes de voluntários/as atuavam e onde as listas com os nomes eram divulgadas.
Alison estava no 3º local. "Eu estava na Estação do Conhecimento. Lá, a defesa civil trazia as listas atualizadas, e as famílias davam os nomes e nós íamos acolhendo dependendo da notícia e da reação da pessoa, porém, nesse terceiro local, no sábado, estavam entrando muitas pessoas e acabavam não ajudando muito. Muitas delas queriam se voluntariar também. Isso atrapalhou um pouco", finalixou o metodista Alison.
Bombeiros procuram por vítimas após rompimento de barragem da Vale, nos arredores da cidade de Brumadinho (MG) - 28/01/2019 (Adriano Machado/Reuters)
Buscas - As buscas estão no quarto dia, e número de mortes deve crescer; 136 militares de Israel chegaram ao Brasil e fizeram o reconhecimento do local na manhã dessa segunda-feira, 28, em Brumadinho. Os militares israelenses trouxeram várias toneladas de equipamentos para ajudar nas buscas.
Após um alerta de nível 2 na manhã de domingo, 27, na Barragem VI da Mina Córrego do Feijão, o diretor-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, voltou hoje a Brumadinho para acompanhar o trabalho de apoio aos atingidos pelo rompimento da Barragem I, ocorrido na última sexta-feira.
O executivo sobrevoou novamente de helicóptero a região do acidente, no início da tarde, e esteve no Centro de Comando, na Faculdade ASA, em Brumadinho. O presidente da Vale conversou com as equipes de funcionários, voluntários, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, além de autoridades locais.
"Impossível vir aqui e não ficar emocionado com a tristeza da situação e o esforço sobre-humano de todos para tentar ajudar. Da nossa parte, a Vale está colocando tudo o que ela tem à disposição, todos os recursos materiais e humanos, sem limites", afirmou o presidente da Vale.
Ações
Às 19h30 de hoje (28), acontece uma reunião na Igreja do Colégio Santo Antônio, rua Pernambuco 840, para, discutir a viabilização de ideias, tais como:
1. Criação de um comitê permanente da sociedade civil para acompanhamento da reformulação da atividade mineradora no Estado.
2. Exigir auditoria independente, com participação internacional, para avaliação das condições de todas as barragens de rejeito de MG.
3. Exigir votação de lei determinando prazo curto para descomissionamento de todas as barragens de rejeito e substituição por tecnologias adequadas com exclusão das barragens de rejeito.
4. Na área de Brumadinho inundada pela lama, criar um cemitério, parque ou museu; um memorial das vítimas do local, de Mariana e das vítimas de todos os acidentes já ocorridos no Brasil com rompimentos de barragens para conscientização das pessoas sobre as consequências do consumismo sobre o meio ambiente e a qualidade de vida.
Novo padrão de segurança - Fabio Schvartsman, Presidente da Vale, afirmou em Brumadinho que a Vale criou um grupo de trabalho que nos próximos dias apresentará um plano para elevar o padrão de segurança das barragens da empresa. O objetivo, segundo ele, é superar os parâmetros mais rigorosos existentes hoje no Brasil e no mundo.
Pr. José Geraldo Magalhães
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