Publicado por Redação em Metodismo, Episcopal - 06/09/2017 às 09:24:13
Autonomia da Igreja Metodista no Brasil completa 87 anos
A Igreja Metodista no Brasil está comemorando 150 anos de trabalhos missionários, que se iniciaram com a implantação definitiva do trabalho metodista em 5 de agosto de 1867 pelo Pr. Junius Estaham Newman, o qual, com suas próprias economias, chegou à cidade do Rio de Janeiro e fixou residência em Saltinho, cidade próxima a Santa Bárbara do Oeste, província de São Paulo.
.
Em 2 de setembro de 1930, na Catedral Metodista de São Paulo, foi lido o documento que declara a tão sonhada e desejada “autonomia da Igreja Metodista no Brasil”. De lá até os nossos dias são 87 anos de autonomia que celebramos como metodistas em terras brasileiras.
.
Mas o que é autonomia? Segundo o Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, “autonomia é a capacidade de autogovernar; direito reconhecido de se dirigir segundo suas próprias leis e soberania; faculdade que possui determinada instituição de traçar as normas de sua conduta, sem que sinta imposições restritivas de ordem estranha; direito de se administrar livremente, dentro de uma organização mais vasta, regida por um poder central; direito de um indivíduo tomar decisões livremente; liberdade, independência moral ou intelectual; capacidade apresentada pela vontade humana de se autodeterminar segundo uma legislação moral por ela mesma estabelecida, livre de qualquer fator estranho ou exógeno com uma influência subjugante, tal como uma paixão ou uma inclinação afetiva incoercível”.
.
Nós traduzimos todo significado de “autonomia” em pelo menos três fatores: autogoverno + autoproclamação + autossustento = autonomia. Podemos afirmar que essas três condições juntas, unidas na vida da igreja, tornam-na uma igreja autônoma. Isso implica que tenhamos uma forte liderança que não seja autoritária nem frouxa, mas que seja firmada no modelo de nosso Senhor Jesus Cristo; digo isso por se tratar de sermos Igreja de Cristo. Precisamos também de uma mensagem centralizada na Palavra de Deus que, aliás, para nós, metodistas, a Palavra de Deus é a nossa única regra de fé e prática. Precisamos sustentar essa obra missionária sendo fiéis no nosso compromisso de testemunho, dons, dízimo e ofertas. Sem esses elementos e práticas, seremos tudo, porém, jamais uma Igreja com autonomia.
.
A grande obra missionária iniciada pelo Rev. John Wesley e o povo chamado metodista iniciou-se em Londres, Bristol e em muitas outras cidades inglesas após a “Experiência do Coração Aquecido”, em 24 de maio de 1738, bem como antes e depois. Nesse grande avivamento, desde 24 de maio de 1738, nós vemos o movimento metodista se expandir para o mundo e hoje está presente em mais de 100 países com mais de 100 milhões de fiéis. Tudo isso significa uma grande responsabilidade, pois o Rev. John Wesley já dizia: “Não tenho medo de que o povo chamado metodista um dia deixe de existir, tanto na Europa como na América; mas tenho medo de que exista somente como uma seita morta, tendo forma de religião sem o poder de Deus”.
.
Quando celebramos 87 anos de nossa autonomia e 150 anos de Metodismo no Brasil, não é tempo somente de festa, porém de refletir, de fazer um autoexame de como tem sido o nosso papel de Igreja de Cristo em terras brasileiras, pois vivemos dias de profunda crise política, empresarial, econômica e ética em nosso Brasil. Infelizmente, somos mais de 40 milhões de evangélicos/as neste país, mas não temos feito diferença no Brasil a favor da vida abundante em Cristo. Que o medo que John Wesley tinha não venha a se concretizar em nossa amada Igreja Metodista, mas que possamos, no clima dos 500 anos de Reforma Protestante, sermos uma “Igreja Reformada sempre Reformando”, que possamos “espalhar a santidade bíblica por toda a terra”.
.
Ore, celebre, pare, pense e transforme-se para a missão que Jesus Cristo confiou a você.
.
BIBLIOGRAFIA:
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello. Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Editora Objetiva, Rio de Janeiro, 2008.
SCHOKEL, Luís Alonso. A Bíblia do Peregrino, Paulus, São Paulo, 2002.
Redação
Publicado originalmente no Expositor Cristão de setembro/2017