Publicado por José Geraldo Magalhães Jr. em Opinião, Reflexão, Missão - 29/01/2019 às 12:49:50
Artigo: a importância da água na missão
Ao abrirmos e ao fecharmos as páginas da Bíblia deparamos com a belíssima simbologia da água dentro do projeto totalizador para sobrevivência da estupenda criação de Deus, como em Gênesis 1.1-2 e em Apocalipse 22.17. No coração das Escrituras (os Evangelhos) está sublinhado que Jesus Cristo é a fonte da água da vida (João 7.37-38). Nesta pista, podemos dizer que o altar de Deus é Sua maravilhosa criação. Jesus Cristo é o centro da nova vida e da recriação da vida, à luz do projeto transformador do Reino de Deus.
Nós, metodistas, ressaltamos a importância do meio ambiente. Por isso, de seu Plano Nacional Missionário (PNM) – 2012-2016 –, na ênfase 5, extraímos: “Implementar ações que envolvam a Igreja no cuidado e preservação do meio ambiente. Considerando-se as atuais condições de vida no planeta Terra – com a devastação das áreas verdes, a escassez de água, o acúmulo de lixo etc. – a atuação missionária, em sua vertente social, também deve apoiar, incentivar e participar das iniciativas em defesa da preservação do meio ambiente.”
Sugiro que o tema da água possa ocupar as nossas atenções ao longo desse quinquênio. Os/As estudiosos/as estão apresentando dados concretos da profunda crise de abastecimento que estamos vivendo. Vimos, em 2015, o caso da cidade de São Paulo. Os reservatórios do sistema Cantareira chegaram a um patamar indesejável e agora precisamos de chuvas periódicas durante 5 anos. Um quadro assustador!
Primeira Ação
Projetos que possam ressaltar a importância da presença de Cristo na vivência da comunidade, ou seja, ações que sinalizem Jesus Cristo como a fonte da água da vida. Por exemplo, o diálogo de Jesus com a mulher samaritana (João 4.1-30) oferece lições extraordinárias para aquela época, bem como para nós hoje. Na verdade, o conteúdo desse diálogo aponta que a metáfora da água é universal. Todos/as nós precisamos de água para a nossa saúde pessoal e comunitária. Precisamos de uma ação missionária que possa oferecer a água da vida: Jesus. Do mesmo modo, carecemos da água da graça de Deus para a nossa existência. Vivemos em uma sociedade com muita expectativa de consumo e, consequentemente, sedenta de sensibilidade e amor.
Segunda Ação
Projetos que possam dinamizar o dia a dia da Educação Cristã. A Escola Dominical, os grupos societários, os grupos de discipulados constituem excelentes espaços para o crescimento na maturidade cristã. Esse crescimento passa por ações que podem ajudar a comunidade a manter projetos relacionados à água no dia a dia da igreja. Por exemplo, revisão das instalações hidráulicas, reaproveitamento da água da chuva, construção de poços artesianos. Uma ação educativa que possa envolver todos os segmentos da comunidade de fé e serviço. Do mesmo modo, programações litúrgicas poderão ser trabalhadas utilizando o simbolismo da água, por exemplo, o batismo como símbolo de purificação, aliança e compromisso missionário.
Terceira Ação
Ações que possam contribuir com políticas públicas sobre a água. Como Igreja instamos, pessoal e comunitariamente, a participar da missão de Deus. Essa missão implica, como foi dito, um compromisso ecológico, objetivando defender os princípios inegociáveis da vida que, em última instância, passam pelo direito público da água. Por isso, as políticas governamentais precisam evidenciar um marco legal sobre o uso da água. Nessa direção, precisamos fortalecer as políticas já existentes, bem como outras que possibilitem garantir água para todas as pessoas.
Por fim, trago à memória a mensagem de esperança vivida por João na Ilha de Patmos: Vi novo céu e nova terra […] Então, me mostrou o rio de água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro (Apocalipse 21.1a; 22.1).
Que imagem maravilhosa! Uma mensagem de transformação, rios não poluídos, rio que oferece, gratuitamente, água cristalina para a convivência dos povos! Rio que alimenta a natureza! Árvores, praças… para comunhão e partilha! Por isso, João encerra a sua carta com um comovente apelo: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida. (Apocalipse 22.17b).
/// Adriel de Souza Maia
Bispo Emérito da Igreja Metodista
Editor nacional do no Cenáculo
/// Artigo publicado originalmente na Revista Voz Missionária, edição jan.-fev. de 2015.
Publicado na edição de fevereiro de 2019 do Jornal Expositor Cristão impresso.
Veja também:
O que diz o Ministério do Meio ambiente sobre a Água