Publicado por Redação em Notícias, Igreja e Sociedade - 07/05/2018 às 15:24:28
A Igreja e a missão de proteger e cuidar das crianças e adolescentes
Uma característica importante da nossa fé é crermos num Deus que quer se dar a conhecer, que se revela através da criação e faz os seres humanos à sua imagem e semelhança.
É um Deus que se relaciona e quer a nossa participação no seu projeto e, mais do que isso, quer que sejamos um/a com todos/as e com Ele. A presença de Jesus Cristo entre nós revela de forma mais clara esse desejo de Deus “a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti” (João 17.21).
Parte desse projeto é defendermos e assegurarmos as condições para a vida! Com a presença de Jesus, muitos/as não conseguiram perceber ou entender a maravilha de suas palavras e de suas ações, dos valores do reino e da necessidade de estabelecermos essa relação profunda com Deus, com a sua criação e com a promoção da vida.
Quando os/as discípulos/as não conseguem entender que todos/as nós somos iguais diante de Deus em dignidade e valor, Jesus chama a atenção para as crianças como sendo um modelo para nós (Mateus 15.1-5). Quando os/as adultos/as estão usando o Templo como ponto de comércio, Jesus lembra o salmo 8 “(…) nunca lestes: Da boca de pequeninos e crianças de peito tiraste perfeito louvor?”, no sentido em que as crianças perceberam o milagre da presença do filho de Deus entre nós e O louvaram.
Cuidar das crianças é cuidar do nosso modelo! Só podemos intervir no que conhecemos, então para que a Igreja participe do projeto de fortalecer, cuidar e proteger as crianças e adolescentes, precisa se preparar, orar, refletir e planejar uma ação efetiva com pessoas que estão em fase de desenvolvimento, mas são pessoas inteiras, alvo do amor de Deus e que têm direito de adorar, cultuar e conhecer a Deus.
CLAVES - Uma metodologia para o trabalho com as crianças e adolescentes
Uma Organização cristã evangélica em Montevideo, Uruguai (Juventude Para Cristo), criou uma metodologia de prevenção de violência e abuso sexual contra crianças e adolescentes e promoção de bons tratos. Essa metodologia tem sido transferida para 21 países e vem sendo usada no Brasil há 12 anos.
A metodologia está voltada para o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes, jovens e suas famílias e apoia o trabalho das comunidades de fé. São ferramentas lúdicas para que educadores e educadoras trabalhem com crianças, adolescentes e famílias, trilhando um caminho que envolve a participação como um elemento fundamental à educação.
Alguns conceitos-chaves que permeiam esta metodologia são: Cosmovisão e Antropologia Cristã, Missão Integral, Direitos das Crianças e Adolescentes, Protagonismo, Resiliência, Prevenção, Justiça de Gênero e Geracional e Aprendizagem através de um Processo Lúdico.
Com foco na prevenção, o manual traz a proposta de uma série de oficinas com roteiros para crianças com idade de 4-7 anos, de 8-11 anos e adolescentes de 12 anos em diante com sugestões de jogos, músicas e atividades que visam ao fortalecimento dos fatores de proteção da criança e adolescente. Temas como conhecimento e cuidado do corpo, educação da sexualidade (vinculada ao afeto, cuidado, comunicação, prazer, transcendência, reprodução, liberdade e responsabilidade), vivenciar o corpo como meio de comunicação, segredos que não podem ser guardados e ensaio de saídas para situações difíceis são tratados nessas oficinas.
É uma proposta de trabalho com grupos de 10 a 15 participantes e com uma frequência em geral de uma vez por semana durante três a quatro meses.
Atualmente, em português, existe na Editora Esperança, o material das metodologias: Brincando nos fortalecemos para enfrentar situações difíceis e Bons Tratos em Família.
O programa CLAVES BRASIL oferece cursos básicos de capacitação para implementação dessas metodologias para educadores/as que trabalham de forma direta com as crianças, adolescentes, famílias e comunidades.
Esta formação para educadores/as pode ser encontrada no site: www.clavesbrasil.com.br
Publicado originalmente no Jornal Expositor Cristão de maio de 2018