Publicado por José Geraldo Magalhães Jr. em Discipulado, Opinião, Notícias - 30/09/2019 às 12:58:27
A exigência de viver como discípulos e discípulas de Cristo
Pastor Emanoel Bezerra | Membro da Câmara Nacional de Discipulado | Teresina/PI
A igreja é uma comunidade de discípulos e discípulas de Cristo. Por conseguinte, podemos afirmar que não fomos chamados/as para apenas estarmos em um rol de membros e ocupar espaço em uma igreja (templo), porque sem o norte da verdadeira missão, “participar da ação de Deus no seu propósito de salvar o mundo”, perderemos o sentido da existência missionária da Igreja (corpo de Cristo). Não é exagero dizer que, se não despertamos para a obediência ao discipulado de Cristo, presenciaremos mais situações de mortes do que celebraremos a vida.
A vida do discipulado está no evangelho e este traz a boa-nova de Cristo: o/a perdido/a é encontrado/a, o/a pecador/a é perdoado/a e a vida vence a morte. A vida do evangelho está no discipulado de Jesus: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á” (Marcos 8.34-36).
Marcos nos relata que a cruz é apresentada não apenas aos/às seus/as discípulos/as, mas também à multidão. Nesta narrativa, Jesus mostra que não pode haver discipulado cristão sem a cruz. Isso fica claro na resposta de Cristo a Pedro na passagem descrita em Marcos 8.31-33, em que Pedro é repreendido pelo Messias por não entender o propósito da cruz, o qual nos une para uma missão que só pode ser realizada por meio de Jesus.
A Igreja não pode viver como se a vida e missão fossem centradas nela mesma, gerando discípulos/a que não têm compromisso com a vida do evangelho, mas apenas consigo mesmos/as, focados/as em uma visão distorcida de um evangelho da facilidade a serviço dos caprichos de discípulos/a que não desejam servir, mas serem servidos/as. Dessa forma, acabam esquecendo que para ser discípulo/a de Cristo, deve-se compreender nitidamente a lógica do Reino de Deus onde o maior é o que serve (Mateus 20.28). Portanto, o desafio de viver o discipulado não é a sua facilidade, mas a sua exigência de um estilo de vida alicerçada na missão. Por isso, é oportuno lembrar que não existe vida fácil no discipulado, na verdade, não existe vida cristã fora do discipulado.
A humildade e obediência de Jesus na cruz são exemplos do sentimento que devemos ter na vida cristã (Fp 2.8). No discipulado paulino, a cruz tem um significado tão importante que, para Paulo, os/as falsos/as discípulos/as são chamados/as de inimigos/as da cruz de Cristo (Fp 3.18). A cruz é símbolo da vitória do/a discípulo/a, pois Jesus na cruz removeu todas as acusações que havia contra nós (Cl 2.14). Na cruz Cristo triunfou sobre principados e potestades (Cl 2.15).
Somos chamados/as ao discipulado para vivermos e anunciarmos o amor de Deus através de Cristo. Assim, conforme os discípulos/as da reconciliação vivem como reconciliados/as em Cristo, poderão também propagar, na mesma medida, a reconciliação entre homens e mulheres. Dessa forma, a sua palavra, seu serviço e toda a sua existência sempre deverão apontar para o amor de Deus e para a pessoa de Jesus Cristo, através do seu ministério, vida, morte e ressurreição.
Publicado originalmente na edição de outubro de 2019 do jornal Expositor Cristão
*Reprodução parcial ou integral deste conteúdo autorizado desde que seja citado a fonte conforme abaixo:
[Nome do repórter], Expositor Cristão (Edição outubro de 2019)
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